Como viajar para o México: documentos, custos e dicas essenciais para brasileiros

O México é um destino de contrastes: da megalópole pulsante que é a Cidade do México aos refúgios silenciosos da Riviera Maya. Para o viajante brasileiro, o país oferece uma hospitalidade calorosa, mas a entrada exige atenção redobrada. Desde 2022, o governo mexicano alterou as exigências de visto, e estar com a documentação impecável é o primeiro passo para uma viagem sem “perrengues”.

1. Documentação: a parte mais importante

Diferente de anos anteriores, o processo de entrada para brasileiros tornou-se mais burocrático. Fique atento às regras vigentes em 2025:

O visto mexicano

Atualmente, brasileiros que viajam para o México por via aérea precisam de um visto físico estampado no passaporte.

• Atenção: A autorização eletrônica que existia antigamente não é mais válida.
• Isenção: Você está isento do visto mexicano se possuir um visto válido e vigente (ou residência permanente) dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido ou Espaço Schengen. Se você tem o visto americano, não precisa se preocupar com o visto mexicano.

Itens obrigatórios na imigração

Mesmo com o visto, o agente de imigração pode solicitar:

1. Passaporte válido (pelo menos 6 meses de validade).
2. Passagens de ida e volta impressas.
3. Comprovante de hospedagem (reserva do hotel ou carta-convite de um residente).
4. Comprovação financeira: Cartões de crédito, extratos bancários ou dinheiro em espécie para custear sua estadia (calcula-se uma média de US$ 50 a US$ 100 por dia por pessoa).
5. Formulário FMM: O Formulário Migratório Múltiplo agora é digitalizado na maioria dos aeroportos, mas guarde o comprovante que lhe entregarem; ele é necessário para sair do país.

2. Planejamento financeiro: quanto custa a viagem?

O México pode ser um destino tanto de luxo quanto de baixo custo. O Peso Mexicano ($MXN) costuma ter uma conversão amigável para o Real, mas o dólar é a moeda de referência para o turismo.

Passagens aéreas

Saindo do Brasil, os voos diretos (via LATAM ou Aeromexico) costumam ser mais caros. Voos com escala (no Panamá via Copa Airlines ou na Colômbia via Avianca) podem reduzir o custo em até 30%.

• Estimativa: R$ 3.500 a R$ 6.000 (dependendo da antecedência e época).

Hospedagem e alimentação

• Cidade do México/Oaxaca: Um hotel intermediário custa entre R$ 250 e R$ 500 por noite. Comer em mercados locais custa cerca de R$ 30, enquanto um jantar em restaurante médio sai por R$ 80 a R$ 120.
• Cancún/Tulum: Os preços sobem. Resorts all-inclusive começam em R$ 1.200 a diária. A alimentação fora dos hotéis em zonas turísticas é tabelada em dólar e pode ser cara.

Seguro viagem (fundamental)

Embora não seja obrigatório por lei, o seguro viagem é indispensável. Um atendimento médico simples no México para estrangeiros pode custar milhares de dólares. Garanta que sua apólice cubra assistência médica e repatriação.

3. Logística e conectividade no México

Câmbio: onde trocar dinheiro?

Não troque Reais por Pesos no Brasil (a taxa é péssima).

• Melhor estratégia: Leve Dólares em espécie e troque por Pesos nas Casas de Cambio nos centros das cidades (fuja das do aeroporto). Cartões de débito internacionais (como Wise ou Nomad) funcionam muito bem e oferecem taxas de câmbio oficiais competitivas.

Transporte interno

• Avião: Companhias de baixo custo como Volaris e VivaAerobus são ótimas para longas distâncias (ex: Cidade do México para Cancún).
• Ônibus: A rede ADO é excelente, pontual e segura para circular pela Península de Yucatán.
• Aplicativos: O Uber funciona bem na Cidade do México, mas em Cancún existe uma forte disputa com sindicatos de táxis; prefira transportes oficiais ou agendados em zonas de praia.

4. Dicas de segurança e saúde para brasileiros

A “vingança de Montezuma”

Muitos turistas sofrem com desconforto intestinal. Isso ocorre devido a bactérias diferentes na água e nos alimentos.

• A Regra: Nunca beba água da torneira. Use água engarrafada inclusive para escovar os dentes. Evite gelo em barracas de rua.

Segurança Pessoal

O México é um país seguro para turistas, desde que se use o bom senso comum a qualquer país da América Latina:

• Evite exibir joias ou eletrônicos caros em áreas centrais muito movimentadas.
• Não viaje por rodovias secundárias à noite.
• Mantenha uma cópia digital dos seus documentos (nuvem/e-mail) e deixe o passaporte original no cofre do hotel, circulando apenas com uma cópia ou RG.

5. Imersão cultural: respeito e tradição

O povo mexicano é extremamente educado e valoriza as formalidades.

• Gorjetas (La Propina): É culturalmente esperado deixar entre 10% e 15% de gorjeta em restaurantes. Em alguns lugares, ela já vem incluída como “Servicio”, então confira a conta.
• Pimentas: Quando um mexicano disser que a comida “no pica” (não arde), desconfie. O paladar deles para pimenta é muito mais resistente que o nosso. Peça sempre o molho à parte (salsa aparte).

Conclusão: o México vale o esforço

Apesar da nova burocracia do visto, o México continua sendo um dos destinos mais completos do mundo. A riqueza histórica da Cidade do México, o misticismo de Chichén Itzá e o pôr do sol em Acapulco ou Puerto Vallarta compensam qualquer planejamento. Organizando seus documentos com antecedência e separando um orçamento realista, você terá uma experiência rica em cultura, sabores e paisagens de tirar o fôlego.

O México não é apenas um lugar para visitar; é um lugar para ser vivido com intensidade. Prepare seu passaporte, verifique seu visto e embarque nessa descoberta!